domingo, 26 de agosto de 2007

era uma casa portuguesa com certeza

Eu tinha 15 anos quando participei de um concurso internacional de poesia, apenas para países de língua portuguesa, promovido pelo Instituto Piaget. Fui uma das contempladas em minha categoria (era por idade) e tive que ir a Portugal receber o prêmio. Bem, como o filho de um grande amigo do meu pai também havia sido contemplado na categoria dele (ele é bem mais novo), fomos a Lisboa, eu, o Bruno, o tio Gringo e a esposa dele... ainda vou lembrar o nome dela.

Sempre tive curiosidade sobre Portugal, pois cresci ouvindo piadas de português. Mas o que mais me intrigava eram as histórias "reais", como a placa na praça em que se lia Não pise na grama. Se não souber ler, pergunte a um guarda. Também aprendi, ao longo da vida, que os portugueses têm toda uma lógica. Então, não seria de estranhar se eu perguntasse a alguém com relógio na rua "Tem horas?" e ouvisse como resposta "Tenho", seguido de... nada mais.

De qualquer modo, estava eu em Lisboa, feliz da vida. Gosto muito de História e, principalmente, de conhecer lugares históricos. Imaginem! Eu estava visitando nossos exploradores! Eu podia ver o orgulho nos olhos do guia de um museu explicando que tudo ali dentro era do tempo da "colonização" e feito de... tchan, tchan, tchan... OURO! Do Brasil, claro.

Passava um pouco do meio-dia quando resolvemos almoçar nas ruas de Lisboa. Iríamos a Cais-Cais logo depois e eu sabia que levaria tempo até uma próxima refeição. Começamos a procurar um restaurante e, não sei se foi coincidência ou se era algum feriado (ou se a sesta era mais cedo), mas estavam todos fechados para almoço. Claro! O que eu esperava? Bem, meu primeiro almoço em Portugal foi uma rosquinha numa praça - que, diga-se de passagem, não tinha nenhuma placa como a citada anteriormente.

Tá, pensei que estivéssemos com pouca sorte, apenas. Mas após um dia de passeio (maravilhoso, por sinal!) resolvemos ir jantar. Sim, os restaurantes estavam abertos! Tio Gringo deu uma olhada no cardápio e reparou que não tinha preço. Tudo bem, era só ver algo que quisesse e perguntar. Eu e Bruno, se bem me lembro, comemos uma massa. Os adultos queriam o bacalhau, coisa que não engulo, literalmente. O tio deu uma olhada na carta de vinhos e perguntou ao garçom:
- Como vocês servem o vinho aqui, de que tamanho?
E o garçom bem solícito (e com aquele sotaque de piada):
- Temos garrafões de cinco litros e garrafas menores de meio litro.
Tio Gringo olhou rapidamente pra mesa:
- Bom, acho que só eu vou tomar mesmo... - e, voltando-se ao garçom - Então, quanto é a garrafa de meio litro?
E o garçom, indócil:
- Ora! Meio litro é meio litro, o pá!!!

Foi o ponto auge da viagem. Depois disso, a premiação, no dia seguinte, não teve a menor graça.

Um comentário:

Anônimo disse...

tem outra, que não sei se é verdade, mas me juraram que é...
nos cinemas, no meio do filme tem um intervalo com um comercial de alguma coisa. diz a lenda, que numa dessas no meio do filme, como de praxe, para tudo, espera-se a propaganda e...aparece na tela: "hoje não teremos comercial". Volta o filme...
;o) sa