o cotidiano é a prova irrefutável de que a capacidade de raciocionar não faz do homem um ser racional...
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
csi faz pensar...
Há alguns dias, assisti a um episódio do CSI (sou fanática pelos "enlatados" americanos) que tratou de um assunto bastante polêmico e me fez lembrar uma discussão que tive sobre isso anos atrás. Era o caso de uma menina que tinha sido gerada para ser a doadora de medula de seu irmão. Os pais já tinham um casal de filhos e o menino foi diagnosticado com leucemia. Então, resolveram ter outra criança para salvá-lo.
No episódio, a menina (que aparece morta) sofre durante toda sua curta vida, por causa dos testes, das doações, etc. Ao longo dos anos, os pais ficam cada vez mais concentrados em salvar o filho mais velho. Eles não se tocam que tratam a menina como uma fonte de remédio, não como uma filha também.
Já vi algumas histórias reais, em que uma criança é gerada para salvar algum irmão ou irmã. Acontece bastante. Claro, nunca vi nada parecido com a história do CSI, mas fico imaginando como fica a cabeça dos membros dessas famílias.
Muitos finais felizes, é verdade. Pessoas que souberam lidar com a situação. Famílias de verdade. Vidas que seguiram com tranqüilidade, com harmonia. Mas muita gente meio "perdida", falando de uma criança como a "solução de seus problemas". Muitas vezes, preterindo um filho a outro. Bom, cada um, cada um...
Lembro de ler a história de uma menina que queria se emancipar, aos 12 ou 13 anos, não me lembro bem. Tudo porque ela se sentia isolada pela própria família. Ela havia sido gerada pra salvar a irmã. Era uma história bem triste. Mas lembro de ver o sorriso dos pais na matéria, falando do quanto a filha mais velha estava superando os problemas.
Essas situações são estranhas... Acho que eu não saberia lidar bem com isso tudo. Bem, todo dia descubro uma situação pela qual não consigo me imaginar passando. Mesmo quando estou tão próxima de uma.
Hoje mesmo, encontrei em minha pasta de documentos uns exames que foram feitos quando eu tinha três anos de idade. Encontraram uma bactéria chamada pseudomonas aeruginosa. Lembro de minha mãe contando sobre essa época. Meu irmão não tinha um ano de vida e meus pais já tinham ouvido de alguns médicos diagnósticos errados. Ninguém sabia o que eu tinha. Parece que teve médico até dizendo que não tinha muito o que fazer... algo assim. Até que um encontrou o problema e tratou. E mesmo assim, não foi muito fácil. E isso foi há 27 anos.
Imagino que não foi uma situação fácil pros meus pais. Imagino que não seja uma situação fácil pra qualquer pai ou mãe. A sensação de impotência nessas horas é muito grande. No caso do episódio do CSI, o que me deixou chocada, imaginando se fosse verdade, foi a idéia dos pais realmente terem, e tratarem, a filha mais nova como uma "solução" para salvar a vida do outro filho. Por um lado, um grande amor. Paradoxalmente, um grande desprezo.
Bom, continuo assistindo à série. Adoro! E há sempre um bom tema pra discutir... hehehe
Muitos finais felizes, é verdade. Pessoas que souberam lidar com a situação. Famílias de verdade. Vidas que seguiram com tranqüilidade, com harmonia. Mas muita gente meio "perdida", falando de uma criança como a "solução de seus problemas". Muitas vezes, preterindo um filho a outro. Bom, cada um, cada um...
Lembro de ler a história de uma menina que queria se emancipar, aos 12 ou 13 anos, não me lembro bem. Tudo porque ela se sentia isolada pela própria família. Ela havia sido gerada pra salvar a irmã. Era uma história bem triste. Mas lembro de ver o sorriso dos pais na matéria, falando do quanto a filha mais velha estava superando os problemas.
Essas situações são estranhas... Acho que eu não saberia lidar bem com isso tudo. Bem, todo dia descubro uma situação pela qual não consigo me imaginar passando. Mesmo quando estou tão próxima de uma.
Hoje mesmo, encontrei em minha pasta de documentos uns exames que foram feitos quando eu tinha três anos de idade. Encontraram uma bactéria chamada pseudomonas aeruginosa. Lembro de minha mãe contando sobre essa época. Meu irmão não tinha um ano de vida e meus pais já tinham ouvido de alguns médicos diagnósticos errados. Ninguém sabia o que eu tinha. Parece que teve médico até dizendo que não tinha muito o que fazer... algo assim. Até que um encontrou o problema e tratou. E mesmo assim, não foi muito fácil. E isso foi há 27 anos.
Imagino que não foi uma situação fácil pros meus pais. Imagino que não seja uma situação fácil pra qualquer pai ou mãe. A sensação de impotência nessas horas é muito grande. No caso do episódio do CSI, o que me deixou chocada, imaginando se fosse verdade, foi a idéia dos pais realmente terem, e tratarem, a filha mais nova como uma "solução" para salvar a vida do outro filho. Por um lado, um grande amor. Paradoxalmente, um grande desprezo.
Bom, continuo assistindo à série. Adoro! E há sempre um bom tema pra discutir... hehehe
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
protestos
Protestos são vistos todos os dias, praticamente. Em todo o mundo, há sempre alguma coisa acontecendo para que um grupo de pessoas se manifeste contra (exercendo seu direito, como ser humano, de não aceitar uma situação, acredito eu). Mas acho que a gente se acostuma a ver aqueles protestos em que de um lado está a polícia, ou os soldados, ou as guardas locais, responsáveis por reprimir, e do outro estão os manifestantes, gritando palavras de ordem e tentando revidar. Nem sempre sai coisa boa aí. Já vi manifestações pacíficas terminarem muito mal.
Assim, fico triste ao ver o que está acontecendo em Mianmar, antiga Birmânia. As manifestações são contra o regime militar no país. O povo pede pela democracia. E quem está à frente dos protestos? Monges budistas. Posso estar falando besteira (ou estar desatualizada) mas, que eu saiba, os monges budistas são pessoas que procuram sempre viver em paz, que rezam e meditam e que, pelo menos na teoria, não são capazes de ferir uma mosca. Admiro muito, porque eu não consigo me ver assim. Por isso, não consigo imaginá-los sendo massacrados pelas forças de segurança birmanesas durante um protesto pacífico.
As manifestações já acontecem há dias, sem incidentes mais graves. Parece que o protesto é o maior já registrado contra o regime nas últimas duas décadas. Mas, hoje, as coisas começaram a piorar. Centenas de monges já foram presos no templo de Shwedagon (coincidência: faz uma semana que recebi fotos lindas do templo), local sagrado, e pelo menos três já morreram durante os conflitos.
Eu tento imaginar a cena. Monges budistas, com suas túnicas, descalços (ou com sandalinhas) cercados pela população, que os respeita e que tenta protegê-los, enfrentando um paredão de soldados armados. É, isso não vai acabar bem...
Fiquei comparando (considerando as proporções, claro) com o protesto dos sem-teto em São José dos Campos, quando os policiais tiveram que se proteger atrás de uma porta de vidro blindado. Pensei na fúria desses manifestantes, que invadiram um terreno, e na pacificidade dos monges contra um regime autoritário.
Sei lá, são coisas que penso...
Sei lá, são coisas que penso...
terça-feira, 25 de setembro de 2007
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
ignoro, logo existo
Uma das acepções da palavra ignorância é: "estado daquele que ignora algo, que não está a par da existência de alguma coisa". Nesse sentido, somos todos ignorantes.
Então a questão não é sermos ignorantes. É ignorarmos esta condição. Afinal, qual o problema em não se saber tudo? Você conhece alguém que realmente saiba? Ou que seja arrogante o suficiente pra dizer isso?
No primeiro semestre da faculdade (isso faz 12 anos), ouvi pela primeira vez a frase "o jornalista é aquele que sabe um pouco de tudo". Não demorou muito para eu ouvir também que "o jornalista é aquele arrogante que acha que sabe tudo e no fundo não sabe de nada". Fiquei com medo, que nem a Regina Duarte.
Primeiro, tive medo de nunca saber o suficiente pra ser uma jornalista. Depois, tive medo de saber demais. E, finalmente, entendi que eu sempre seria, de fato, uma ignorante. O que é bom, diga-se de passagem. No momento em que não sei alguma coisa ou não tenho conhecimento sobre algum assunto, eu busco saber, eu busco aprender. E isso é tão divertido! Se desconheço, as portas estão abertas para que eu passe a conhecer. E, ainda por cima, sou uma privilegiada por ter uma base de conhecimento que me faz entender que eu ignoro muita coisa, mas que eu tenho capacidade pra aprender. Que felicidade!
Claro que tiro minhas próprias conclusões, tenho meus pontos de vista e sou um pouco radical de vez em quando. Mas fico muito feliz quando consigo falar sobre um assunto com conhecimento de causa. Tão feliz que me vejo arrogante. Não é minha intenção, obviamente. Acho que faz parte dessa minha personalidade "falo-o-que-quero". E não tô dizendo que isso é bom ou ruim. Apenas É. Mas dentro dessa mesma personalidade, está a minha total consciência de ser um ser ignorante. E isso me anima. Talvez eu não sirva então pra continuar sendo jornalista... sei lá. Talvez eu nunca descubra minha missão nesse mundo medonho. Mas eu vou sempre procurar saber mais um pouquinho. E até ajudar, na medida do possível, aqueles que não se permitem ser ignorantes.
Do alto da minha ignorância, quem sabe eu aprendo alguma coisa...
Então a questão não é sermos ignorantes. É ignorarmos esta condição. Afinal, qual o problema em não se saber tudo? Você conhece alguém que realmente saiba? Ou que seja arrogante o suficiente pra dizer isso?
No primeiro semestre da faculdade (isso faz 12 anos), ouvi pela primeira vez a frase "o jornalista é aquele que sabe um pouco de tudo". Não demorou muito para eu ouvir também que "o jornalista é aquele arrogante que acha que sabe tudo e no fundo não sabe de nada". Fiquei com medo, que nem a Regina Duarte.
Primeiro, tive medo de nunca saber o suficiente pra ser uma jornalista. Depois, tive medo de saber demais. E, finalmente, entendi que eu sempre seria, de fato, uma ignorante. O que é bom, diga-se de passagem. No momento em que não sei alguma coisa ou não tenho conhecimento sobre algum assunto, eu busco saber, eu busco aprender. E isso é tão divertido! Se desconheço, as portas estão abertas para que eu passe a conhecer. E, ainda por cima, sou uma privilegiada por ter uma base de conhecimento que me faz entender que eu ignoro muita coisa, mas que eu tenho capacidade pra aprender. Que felicidade!
Claro que tiro minhas próprias conclusões, tenho meus pontos de vista e sou um pouco radical de vez em quando. Mas fico muito feliz quando consigo falar sobre um assunto com conhecimento de causa. Tão feliz que me vejo arrogante. Não é minha intenção, obviamente. Acho que faz parte dessa minha personalidade "falo-o-que-quero". E não tô dizendo que isso é bom ou ruim. Apenas É. Mas dentro dessa mesma personalidade, está a minha total consciência de ser um ser ignorante. E isso me anima. Talvez eu não sirva então pra continuar sendo jornalista... sei lá. Talvez eu nunca descubra minha missão nesse mundo medonho. Mas eu vou sempre procurar saber mais um pouquinho. E até ajudar, na medida do possível, aqueles que não se permitem ser ignorantes.
Do alto da minha ignorância, quem sabe eu aprendo alguma coisa...
terça-feira, 18 de setembro de 2007
osso duro de roer
Não foi nenhuma surpresa, pra mim, os ingressos para o filme "Tropa de Elite" no festival do Rio esgotarem rapidamente. Com perdão da palavra, o filme é simplesmente FODA!
Não, eu não queria ter visto a versão pirata. Nunca comprei cd ou dvd pirata. Mesmo quando trabalhava no Centro do Rio. Achava aquilo ridículo. Depois, com um pouco mais de consciência, passei a achar criminoso. Mas eis que meu marido me aparece em casa com um "presentinho" pelo nosso aniversário de casamento: comida japonesa e... Tropa de Elite. Pirata, claro. Depois de uma breve (e óbvia) discussão, ele me disse "Bom, já tá aqui e você tá louca pra ver. Vai ficar de birra?". E lá foi a Danielle jogar seus princípios no lixo...
Mas, voltemos ao filme...
Sim, me senti um pouco hipócrita, mas uma coisa é certa: eu VOU ver no cinema. O filme é tudo. Parece que traz pra fora tudo aquilo que temos preso na garganta. Ai, como eu queria dar porrada em certas pessoas que vão a passeatas pela paz! Ai, como eu queria arrebentar uns filhinhos-de-papai! Ai, como eu queria cuspir em alguns PMs do Rio! Vontade, vontade, vontade... Teorias que nunca vão ser levadas à prática.
O BOPE já foi tudo que tá ali no filme. Sem corrupção. Já FOI... infelizmente, é passado. E o filme também retrata bem o Rio. O "meu" Rio de Janeiro... E tecnicamente, o filme também é maravilhoso. O elenco tá excelente, com uma atuação super natural. Bom, o Wagner Moura é show de bola atuando, seja no drama, seja na comédia...
Meu marido já tinha lido o livro em que o filme foi baseado, "A Elite da Tropa"... Nunca consegui ler. Eu já tinha começado o mestrado... hehehe De qualquer maneira, gostei. Gostei muito! E tô pouco ligando pro que vão dizer sobre o filme... É isso aí. É ficção mas é a realidade.
E, seguindo um post que li, ainda aderi à campanha na web... hihihi.
Não, eu não queria ter visto a versão pirata. Nunca comprei cd ou dvd pirata. Mesmo quando trabalhava no Centro do Rio. Achava aquilo ridículo. Depois, com um pouco mais de consciência, passei a achar criminoso. Mas eis que meu marido me aparece em casa com um "presentinho" pelo nosso aniversário de casamento: comida japonesa e... Tropa de Elite. Pirata, claro. Depois de uma breve (e óbvia) discussão, ele me disse "Bom, já tá aqui e você tá louca pra ver. Vai ficar de birra?". E lá foi a Danielle jogar seus princípios no lixo...
Mas, voltemos ao filme...
Sim, me senti um pouco hipócrita, mas uma coisa é certa: eu VOU ver no cinema. O filme é tudo. Parece que traz pra fora tudo aquilo que temos preso na garganta. Ai, como eu queria dar porrada em certas pessoas que vão a passeatas pela paz! Ai, como eu queria arrebentar uns filhinhos-de-papai! Ai, como eu queria cuspir em alguns PMs do Rio! Vontade, vontade, vontade... Teorias que nunca vão ser levadas à prática.
O BOPE já foi tudo que tá ali no filme. Sem corrupção. Já FOI... infelizmente, é passado. E o filme também retrata bem o Rio. O "meu" Rio de Janeiro... E tecnicamente, o filme também é maravilhoso. O elenco tá excelente, com uma atuação super natural. Bom, o Wagner Moura é show de bola atuando, seja no drama, seja na comédia...
Meu marido já tinha lido o livro em que o filme foi baseado, "A Elite da Tropa"... Nunca consegui ler. Eu já tinha começado o mestrado... hehehe De qualquer maneira, gostei. Gostei muito! E tô pouco ligando pro que vão dizer sobre o filme... É isso aí. É ficção mas é a realidade.
E, seguindo um post que li, ainda aderi à campanha na web... hihihi.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
e o Renan foi absolvido...
Não dá. Não dá mesmo. Não vou perder meu tempo perguntando "Até quando?". Não tem volta. O Brasil não tem volta. Esse é o país da bandidagem MESMO. É uma escola. Tudo que se aprende, diariamente, é que só os safados têm vez. O brasileiro honesto é tachado de idiota. A corrupção não é mais uma atitude vergonhosa. Porque os corruptos se apresentam com a cara mais deslavada do mundo. E ainda têm coragem de falar em Deus!! Depois da palhaçada toda, o Renan disse que ia pra casa "rezar"! Tá tudo desvirtuado...
Ele nos chamou de imbecis e nós aceitamos. "O resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia", disse. Democracia? Onde está a democracia nisso? Um circo armado com o nosso dinheiro. É sempre assim. Enquanto nas Filipinas a corrupção é punida exemplarmente, aqui ela é comemorada. Porque o desgraçado não agüenta o que ganha, os privilégios, o cargo. Ele precisa de mais! Ele precisa roubar! Ele precisa jogar na nossa cara a nossa estupidez. Porque aceitamos tudo isso. Porque assinamos um atestado de apatia. Porque deixamos que passem por cima de nós.
E ainda temos um presidente que adora dizer que o problema é dos outros. Que ele não tem nada a ver com isso. Fácil, não? É como um analfabeto dirigindo um caminhão com uma venda nos olhos. Ele não entende o básico, não tem intenção de aprender, não quer saber quem tá na frente e não interessa quem ele pode atingir. Ele prefere não ver. Só quer poder dizer pros amigos que dirigiu.
Ele nos chamou de imbecis e nós aceitamos. "O resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia", disse. Democracia? Onde está a democracia nisso? Um circo armado com o nosso dinheiro. É sempre assim. Enquanto nas Filipinas a corrupção é punida exemplarmente, aqui ela é comemorada. Porque o desgraçado não agüenta o que ganha, os privilégios, o cargo. Ele precisa de mais! Ele precisa roubar! Ele precisa jogar na nossa cara a nossa estupidez. Porque aceitamos tudo isso. Porque assinamos um atestado de apatia. Porque deixamos que passem por cima de nós.
E ainda temos um presidente que adora dizer que o problema é dos outros. Que ele não tem nada a ver com isso. Fácil, não? É como um analfabeto dirigindo um caminhão com uma venda nos olhos. Ele não entende o básico, não tem intenção de aprender, não quer saber quem tá na frente e não interessa quem ele pode atingir. Ele prefere não ver. Só quer poder dizer pros amigos que dirigiu.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
civilidade e religião
Eram 11h. Eu estava na fila da Central de Trocas da Renner para trocar uma bermuda. Havia uma moça com um carrinho de bebê toda enrolada para passar pelo minúsculo espaço entre o balcão e a faixa que delimitava a fila. De onde eu estava, realmente, não havia muito como ajudar. Então, quando comecei a me mexer para tentar auxiliá-la, um rapazinho, que estava acompanhando a mãe, olhou para um lado e para o outro e resolveu puxar o carrinho, facilitando a passagem da moça.
- Ah! Muito obrigada - disse ela. E, virando-se para a mãe do rapaz - Parabéns pelo seu filho! É difícil ver um adolescente assim hoje em dia, viu?!
E a mulher, com um largo sorriso, olhou para todos ali presentes e disparou:
- É porque nós somos testemunhas de Jeová. Nós temos um comportamento diferente.
Meu mundo parou ali. Quer dizer que as pessoas só aprendem a ser civilizadas se forem Testemunhas de Jeová? Puxa! Preciso correr para uma igreja deles para aprender a viver em sociedade!! Eles vão me aceitar com tatuagens? Ou isso é coisa de bárbaros selvagens e adoradores do demônio?
Ai, quantas dúvidas ao desvendar um dos grandes mistérios da humanidade...
- Ah! Muito obrigada - disse ela. E, virando-se para a mãe do rapaz - Parabéns pelo seu filho! É difícil ver um adolescente assim hoje em dia, viu?!
E a mulher, com um largo sorriso, olhou para todos ali presentes e disparou:
- É porque nós somos testemunhas de Jeová. Nós temos um comportamento diferente.
Meu mundo parou ali. Quer dizer que as pessoas só aprendem a ser civilizadas se forem Testemunhas de Jeová? Puxa! Preciso correr para uma igreja deles para aprender a viver em sociedade!! Eles vão me aceitar com tatuagens? Ou isso é coisa de bárbaros selvagens e adoradores do demônio?
Ai, quantas dúvidas ao desvendar um dos grandes mistérios da humanidade...
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
crimes infanto-juvenis
Bom, se tem um assunto que é polêmico é a maioridade penal. Eu preferia até nem discutir muito sobre isso... Mas não tem como. A violência tá aí pra não me deixar mentir: crianças deixaram de ser crianças há muito tempo.
Acho interessante que a maioria das pessoas que é contra a redução da maioridade penal nunca sofreu nas mãos de um marginalzinho adolescente. Eu já. Mais de uma vez. E posso garantir que eles sabiam bem o que estavam fazendo. E também tenho certeza que eles não têm recuperação. Dar uma chance para que voltem a conviver em sociedade? Eles não querem isso. Quando são levados para os centros "sócio-educativos" da vida, tudo que eles pensam é como cometer ainda mais erros.
As "crianças" de hoje já são bastante adiantadinhas pra idade delas. Não importa muito a classe social ou a localização geográfica. Biologicamente, pra começo de conversa, tem menina menstruando pela primeira vez aos nove anos ou menos. A primeira transa também acontece cada vez mais cedo. Assim como o primeiro cigarro, a primeira lata de cerveja, o primeiro baseado... E os pais? Os que ainda estão juntos (a minoria, claro, porque as pessoas só querem saber de colocar filho no mundo a torto e a direito) não sabem o que os filhos andam fazendo ou simplesmente fecham os olhos pra isso. E ainda dão mau exemplo, seja em casa, no trânsito ou no shopping. Tem mãe indo bater em professor que suspende a filha na escola. Tem pai que arrebenta de porrada o torcedor do time adversário na frente do filho. Tem pais que vão chorar na televisão dizendo que o filho que bateu numa empregada doméstica ainda é uma criança, que cometeu um erro, e que não deveria ficar preso como um bandido. Novidade, querido pai: seu filho É um bandido! Pelo menos já com 18 anos, respondendo como adulto! E aí volto ao ponto da maioridade...
Sei que a situação carcerária no Brasil é algo inimaginável. Entendo e defendo que os bandidos deveriam ser colocados em presídios e celas separadas, de acordo com o crime cometido. É óbvio que seria o certo! Também seria o certo colocar esse "bandiputo" pra trabalhar e pagar pelo que come. Também seria o certo não repor os colchões queimados durante as rebeliões. Mas, gente, são várias questões a serem ajustadas. Muitas! Demais! Isso tudo envolve questões sociais, claro, envolve famílias, etc.. O que não tira a necessidade de se rever a maioridade penal para que os "di menó" sejam presos, não apreendidos. Porque mesmo o ECA é uma... eca! É obsoleto e deve ser ajustado aos dias de hoje.
Como uma criança ou adolescente tem o "direito de ir e vir" e não tem deveres com a sociedade? Como ele não responde por seus atos? Como pode roubar, matar, estuprar, seqüestrar, torturar e não responder como adulto? Medidas sócio-educativas? Concordo. Mas como aceitar que se cometa um crime hediondo e se ganhe a liberdade em três anos? Tem que ir preso sim! Tem que responder como adulto. Se foi macho o suficiente pra fazer, deve ser macho pra enfrentar as conseqüências.
Nunca me esqueço da chacina da Candelária, no Rio. Um bando de gente hipócrita, chorando no dia seguinte pelas crianças e adolescentes que perderam suas vidas num ato de barbárie naquela madrugada "fria" de julho de 1993. Só que até um dia antes da matança, eu duvido que essas mesmas pessoas passassem tranqüilas pela Candelária perto dos coitadinhos, a qualquer hora do dia. Eram marginais. Eram mesmo. Cometiam crimes diariamente e continuavam ali, protegidos por leis e estatutos.
Esta semana, aqui em Porto Alegre, mais uma situação. Um de 12 e outro de 16 (tadiiiinhoooos!!!) roubaram o carro de uma mulher e a arrastaram pela rua enquanto ela tentava desesperadamente tirar o filho de dentro do veículo. Um sargento que viu a cena conseguiu fazer com que os dois "adolescentes" parassem. Os dois fugiram e foram perseguidos por pessoas que estavam num ponto de ônibus e viram toda a cena. Eles teriam sido linchados se não fosse a chegada de outro policial. A história toda tá aqui.
E aí?
Não acho que violência seja a resposta pra violência. Mas já me peguei inúmeras vezes torcendo pra que uns e outros apanhassem, fosse linchados ou torturados (mortos não, é muito fácil...). A gente cansa disso tudo, pô! O Brasil é uma escola pra marginais. As "crianças" já crescem com valores invertidos e arrogantes! Não têm mais respeito a nada nem ninguém porque é isso que o Estado ensina, a escola ensina, a família ensina. A impunidade como regra. O hedonismo como lei.
Acho interessante que a maioria das pessoas que é contra a redução da maioridade penal nunca sofreu nas mãos de um marginalzinho adolescente. Eu já. Mais de uma vez. E posso garantir que eles sabiam bem o que estavam fazendo. E também tenho certeza que eles não têm recuperação. Dar uma chance para que voltem a conviver em sociedade? Eles não querem isso. Quando são levados para os centros "sócio-educativos" da vida, tudo que eles pensam é como cometer ainda mais erros.
As "crianças" de hoje já são bastante adiantadinhas pra idade delas. Não importa muito a classe social ou a localização geográfica. Biologicamente, pra começo de conversa, tem menina menstruando pela primeira vez aos nove anos ou menos. A primeira transa também acontece cada vez mais cedo. Assim como o primeiro cigarro, a primeira lata de cerveja, o primeiro baseado... E os pais? Os que ainda estão juntos (a minoria, claro, porque as pessoas só querem saber de colocar filho no mundo a torto e a direito) não sabem o que os filhos andam fazendo ou simplesmente fecham os olhos pra isso. E ainda dão mau exemplo, seja em casa, no trânsito ou no shopping. Tem mãe indo bater em professor que suspende a filha na escola. Tem pai que arrebenta de porrada o torcedor do time adversário na frente do filho. Tem pais que vão chorar na televisão dizendo que o filho que bateu numa empregada doméstica ainda é uma criança, que cometeu um erro, e que não deveria ficar preso como um bandido. Novidade, querido pai: seu filho É um bandido! Pelo menos já com 18 anos, respondendo como adulto! E aí volto ao ponto da maioridade...
Sei que a situação carcerária no Brasil é algo inimaginável. Entendo e defendo que os bandidos deveriam ser colocados em presídios e celas separadas, de acordo com o crime cometido. É óbvio que seria o certo! Também seria o certo colocar esse "bandiputo" pra trabalhar e pagar pelo que come. Também seria o certo não repor os colchões queimados durante as rebeliões. Mas, gente, são várias questões a serem ajustadas. Muitas! Demais! Isso tudo envolve questões sociais, claro, envolve famílias, etc.. O que não tira a necessidade de se rever a maioridade penal para que os "di menó" sejam presos, não apreendidos. Porque mesmo o ECA é uma... eca! É obsoleto e deve ser ajustado aos dias de hoje.
Como uma criança ou adolescente tem o "direito de ir e vir" e não tem deveres com a sociedade? Como ele não responde por seus atos? Como pode roubar, matar, estuprar, seqüestrar, torturar e não responder como adulto? Medidas sócio-educativas? Concordo. Mas como aceitar que se cometa um crime hediondo e se ganhe a liberdade em três anos? Tem que ir preso sim! Tem que responder como adulto. Se foi macho o suficiente pra fazer, deve ser macho pra enfrentar as conseqüências.
Nunca me esqueço da chacina da Candelária, no Rio. Um bando de gente hipócrita, chorando no dia seguinte pelas crianças e adolescentes que perderam suas vidas num ato de barbárie naquela madrugada "fria" de julho de 1993. Só que até um dia antes da matança, eu duvido que essas mesmas pessoas passassem tranqüilas pela Candelária perto dos coitadinhos, a qualquer hora do dia. Eram marginais. Eram mesmo. Cometiam crimes diariamente e continuavam ali, protegidos por leis e estatutos.
Esta semana, aqui em Porto Alegre, mais uma situação. Um de 12 e outro de 16 (tadiiiinhoooos!!!) roubaram o carro de uma mulher e a arrastaram pela rua enquanto ela tentava desesperadamente tirar o filho de dentro do veículo. Um sargento que viu a cena conseguiu fazer com que os dois "adolescentes" parassem. Os dois fugiram e foram perseguidos por pessoas que estavam num ponto de ônibus e viram toda a cena. Eles teriam sido linchados se não fosse a chegada de outro policial. A história toda tá aqui.
E aí?
Não acho que violência seja a resposta pra violência. Mas já me peguei inúmeras vezes torcendo pra que uns e outros apanhassem, fosse linchados ou torturados (mortos não, é muito fácil...). A gente cansa disso tudo, pô! O Brasil é uma escola pra marginais. As "crianças" já crescem com valores invertidos e arrogantes! Não têm mais respeito a nada nem ninguém porque é isso que o Estado ensina, a escola ensina, a família ensina. A impunidade como regra. O hedonismo como lei.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
ironia na morte
A morte não é um momento cômico. Muito menos para os que ficam. Mas, por vezes, certas situações chegam a ser engraçadas, mesmo envolvendo tragédias. "Engraçadas" é muito forte? Irônicas, então.
Estou passando os olhos no G1 e eis que vejo a notícia: Cardiologista morre após sofrer parada cardíaca em congresso em Viena
Bom, obviamente, a primeira ironia é uma cardiologista morrer de parada cardíaca. Mas então vem o onde: em pleno congresso de cardiologia, cercada de colegas de profissão! A comicidade começa a surgir na cabeça... Deus que me perdoe!
Fiquei imaginando os cardiologistas debatendo novas técnicas de cirurgia ou tratamentos para prolongar a vida de um cardíaco e, de repente, uma colega começa a passar mal. Eles chegam a pensar que faz parte do congresso, uma encenação talvez... quem sabe um treinamento? Quando fica claro que a médica está tendo um infarto, surgem discussões sobre como reanimá-la... E a própria vítima se nega a aceitar procedimentos aos quais sempre se opôs.
Claro que nada disso aconteceu. Claro que a morte dela não foi engraçada. Mas quem nunca pensou uma piadinha ou ironia de uma situação triste, que atire o primeiro celular (se a Naomi pode, qualquer um).
Estou passando os olhos no G1 e eis que vejo a notícia: Cardiologista morre após sofrer parada cardíaca em congresso em Viena
Bom, obviamente, a primeira ironia é uma cardiologista morrer de parada cardíaca. Mas então vem o onde: em pleno congresso de cardiologia, cercada de colegas de profissão! A comicidade começa a surgir na cabeça... Deus que me perdoe!
Fiquei imaginando os cardiologistas debatendo novas técnicas de cirurgia ou tratamentos para prolongar a vida de um cardíaco e, de repente, uma colega começa a passar mal. Eles chegam a pensar que faz parte do congresso, uma encenação talvez... quem sabe um treinamento? Quando fica claro que a médica está tendo um infarto, surgem discussões sobre como reanimá-la... E a própria vítima se nega a aceitar procedimentos aos quais sempre se opôs.
Claro que nada disso aconteceu. Claro que a morte dela não foi engraçada. Mas quem nunca pensou uma piadinha ou ironia de uma situação triste, que atire o primeiro celular (se a Naomi pode, qualquer um).
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