sexta-feira, 28 de setembro de 2007

csi faz pensar...

Há alguns dias, assisti a um episódio do CSI (sou fanática pelos "enlatados" americanos) que tratou de um assunto bastante polêmico e me fez lembrar uma discussão que tive sobre isso anos atrás. Era o caso de uma menina que tinha sido gerada para ser a doadora de medula de seu irmão. Os pais já tinham um casal de filhos e o menino foi diagnosticado com leucemia. Então, resolveram ter outra criança para salvá-lo.

No episódio, a menina (que aparece morta) sofre durante toda sua curta vida, por causa dos testes, das doações, etc. Ao longo dos anos, os pais ficam cada vez mais concentrados em salvar o filho mais velho. Eles não se tocam que tratam a menina como uma fonte de remédio, não como uma filha também.

Já vi algumas histórias reais, em que uma criança é gerada para salvar algum irmão ou irmã. Acontece bastante. Claro, nunca vi nada parecido com a história do CSI, mas fico imaginando como fica a cabeça dos membros dessas famílias.

Muitos finais felizes, é verdade. Pessoas que souberam lidar com a situação. Famílias de verdade. Vidas que seguiram com tranqüilidade, com harmonia. Mas muita gente meio "perdida", falando de uma criança como a "solução de seus problemas". Muitas vezes, preterindo um filho a outro. Bom, cada um, cada um...

Lembro de ler a história de uma menina que queria se emancipar, aos 12 ou 13 anos, não me lembro bem. Tudo porque ela se sentia isolada pela própria família. Ela havia sido gerada pra salvar a irmã. Era uma história bem triste. Mas lembro de ver o sorriso dos pais na matéria, falando do quanto a filha mais velha estava superando os problemas.

Essas situações são estranhas... Acho que eu não saberia lidar bem com isso tudo. Bem, todo dia descubro uma situação pela qual não consigo me imaginar passando. Mesmo quando estou tão próxima de uma.

Hoje mesmo, encontrei em minha pasta de documentos uns exames que foram feitos quando eu tinha três anos de idade. Encontraram uma bactéria chamada pseudomonas aeruginosa. Lembro de minha mãe contando sobre essa época. Meu irmão não tinha um ano de vida e meus pais já tinham ouvido de alguns médicos diagnósticos errados. Ninguém sabia o que eu tinha. Parece que teve médico até dizendo que não tinha muito o que fazer... algo assim. Até que um encontrou o problema e tratou. E mesmo assim, não foi muito fácil. E isso foi há 27 anos.

Imagino que não foi uma situação fácil pros meus pais. Imagino que não seja uma situação fácil pra qualquer pai ou mãe. A sensação de impotência nessas horas é muito grande. No caso do episódio do CSI, o que me deixou chocada, imaginando se fosse verdade, foi a idéia dos pais realmente terem, e tratarem, a filha mais nova como uma "solução" para salvar a vida do outro filho. Por um lado, um grande amor. Paradoxalmente, um grande desprezo.

Bom, continuo assistindo à série. Adoro! E há sempre um bom tema pra discutir... hehehe

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